Geralmente estamos com pressa, totalmente aprisionados pelo relógio em nossos pulsos. Em um dia surgem exigências que só poderiam ser cumpridas em uma semana.

Faça um pequeno teste agora. Pegue uma caneta e anote quais das situações abaixo conseguem deixar você irritado: Engarrafamentos, portas rangendo, interrupções, longas filas, pneus furados, prazos de entrega, pessoas que não param de falar, incompetência, cobranças, vizinhos barulhentos, preços abusivos... E por aí vai!

Algumas dessas coisas conseguem deixar você irritado, de mau humor?

Tudo isso faz com que o medidor da nossa pressão interna suba rápido demais, e não demora muito para... BUUM!!!! Explodirmos!

Você talvez não consiga ver isso, mas isso nos ajuda a lembrar de que Deus é quem está no comando do nosso dia, e não nós. Quando Ele trabalha para obter uma sábia e ponderada distribuição de tempo e um planejamento inteligente de cada dia, está primeiramente preocupado com o desenvolvimento do nosso caráter.

Deus provê crescimento através da maturidade, observando o cultivo das qualidades que nos fazem imitadores de Cristo. E um dos métodos prediletos do Senhor nos treinar é através do ajuste à irritação.

Quer uma boa ilustração? A ostra e sua pérola!

Uma ostra que não foi ferida não produz pérolas. Pérolas são produtos da dor, resultados da entrada de uma substância estranha ou indesejável no interior das ostras, como um parasita ou um grão de areia.

Com a entrada dessa irritação externa, todos os recursos do interior da pequena e sensível ostra se dirigem ao local e começam a liberar fluídos de cura, que são especialmente preparados para atuar nessa situação.

A irritação é constantemente atacada e recoberta com o material, e a ferida, curada, se transforma em uma pérola. Nenhuma outra gema tem uma história tão fascinante.

É por isso que a pérola é um símbolo do estresse – uma ferida curada... uma pequena e preciosa jóia concebida através da irritação, nascida da adversidade, criada pelos ajustes.

Se não houvesse um ferimento, uma irritante interrupção, não haveria nenhuma pérola. Algumas ostras nunca são machucadas, e aqueles que procurarem jóias dentro delas só encontrarão um vazio.

Cubra suas irritações, mágoas, com várias camadas de amor. Infelizmente, são poucas as pessoas que se interessam por esse tipo de sentimento. A maioria aprende apenas a cultivar ressentimentos, deixando as feridas abertas, alimentando-as com sentimentos pequenos, não permitindo que cicatrizem.

Assim, na prática, o que vemos são muitas 'ostras vazias', não porque não tenham sido feridas, mas porque não souberam perdoar, compreender e transformar a dor ou a irritação em amor.

Fabrique pérolas você também! Os grãos de areias vêm, mas sem eles não haveria pérolas. Assim também é durante nossa vida, em algum momento seremos invadidos, por problemas, angústias, dúvidas, tristezas, dores. Impossível evitar que aconteça.

Mas que possamos ter força para transformar a dor em algo positivo e superar os obstáculos para produzirmos as nossas pérolas. Podemos fazer o melhor de nossas dores.

Você já se sentiu ferido pelas palavras rudes de alguém? Já foi acusado de ter dito coisas que não disse? Suas idéias já foram rejeitadas ou mal interpretadas? Já sentiu duros golpes de preconceito? Já recebeu o troco da indiferença? Então, já produziu uma pérola.

Provavelmente foi isso que J. B. Phillips visualizou quando parafraseou Tiago 1:2-4:

“Meus irmãos, quando todos os tipos de pedras entrarem em suas vidas, não se ofendam como se elas fossem intrusas, mas deem-lhes boas-vindas como amigas! Entendam que elas vêm para lhes testar a fé e gerar em vocês perseverança. Mas permita que o processo continue até que sua resistência esteja plenamente desenvolvida. Só assim você descobrirá que se tornou um homem (e mulher) com um caráter amadurecido.”

Não seria surpresa se nossa morada celeste tivesse, em sua entrada, portões de pérolas! Aqueles que o atravessarão não precisarão de explicações. Esses são aqueles que foram feridos, machucados e responderam à dor da irritação com a pérola do ajuste.

Deus te abençoe!

Por: Sérgio Müller

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